No meio da confusão, da bancarrota, do ilusionismo político, de modernices barrocas e do mais cabal nacional porreirismo, tudo é possível, até podemos ser felizes.
Estive uma semana em casa… saudades é pouco para este caso. Estive uma semana a vivenciar o amor, a amizade, a família, o país e os cães. Tudo na mesma o que demonstra a total diferença de realidades.
Como é possível o nosso país fazer tanta diferença. Gostava de saber se os outros, aqueles que são de outros países, sentem o mesmo que eu senti. Estou num dos países das maiores oportunidades, num mundo por explorar, numa selva urbana fantástica e ainda assim no país dos pequenos e brandos costumes é que sou realmente feliz? Ainda não sei responder.
Acredito que não foi a possibilidade de comer o nosso fantástico peixe que me deixou tão imensamente feliz. Já agora comi uns chocos com tinta que estavam para lá de bons… adorava ver a cara dos meus amigos russos se tivessem assistido a minha boca depois de ter devorado os chocos mais pretos deste mundo!!!
Não existe dinheiro que pague o nosso mar, ai Portugal Portugal, grande Jorge Palma. Mas a surpresa que fui fazer a quem estava em Portugal não foi nada quando comparada com a minha própria surpresa relativa ao que senti.
Sabia que estava muito longe e que esta distância nos mata por dentro e talvez por isso nos ajuda a atenuar a diferença de latitude e longitude. Agora o que o meu corpo e mente sentiram foi deveras díspar. A luz da minha cidade é tão intensa que quando sai para a rua de manhã nem conseguia abrir bem os olhos.
Ao fundo o mar… ao fundo o resto do mundo… é bom deixar tudo far behind quando sabemos que temos a nossa casa à espera. Ou não.
Temos que saber dar valor…
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