quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Para descansar na areia.


Um olhar desviado
Pensavas que olhava para ti.
Não, hoje nada vejo.
Olhei e não vi nada.

O aperto no peito sufoca
Sufoca-me para além da dor
Parece que estou num local selado
Onde tudo e todos respiram o meu ar.

O temporal tolda-me a visão
Não consigo ver o monte
Já é de noite…
Só vejo vermelhas e brancas luzes

Onde toda esta gente quer ir?
Ir não sei, agora fugir sim.
Chove muito, não está agradável.

Era a teu lado que queria estar
Temporal ou não pouco importa
Um lugar agradável
Um destino seguro

Terei muito tempo para escrever
Parado é como estou.
Será que as pessoas que aqui estão e vão
Têm um porto seguro?

Também o que tenho eu com isso!

Levo os phones colocados
Crio uma redoma sonora.
Mas nada me é indiferente.

As rugas de uma vida na cara
Na cara de quem viaja a meu lado.
Vamos ambos de costas no sentido.
Mas não vale a pena regressar ao passado.

Aqui estou para no futuro ficar.
Como esta água toda que corre para o mar.
Eu só vejo o mar…
Um mar calmo e pacífico.

Nas ondas nado agora…
Vejo a ilha onde estás.
É lá que vou sair da água
Vou cair na areia e descansar.

As vagas são enormes…

26/10/2011

A4R
Afr-Nap