segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Simples.

A sociedade está num caminho sem ordem… Cada vez mais o que sinto, é a falta de sentido nas pessoas por quem passo na rua. Aqui o crime é latente no ar… sente-se a sua presença. E claro que se vê isso na cara das pessoas. 

Entrei no metro e saí das entranhas do caminho-de-ferro passados dez minutos, e quando o fresco saudável me fustigava a cara pensa que estava a ter uma pura alucinação. Estava num local totalmente diferente. Pensei que estava a enlouquecer e sinto agora que quem passou por mim reparou nisso. A mim pouco me importa, pouco me interessa. Eu fico mais uma vez com a mesma sensação de que nada nem ninguém têm a sua rota traçada. Eu sabia para o que ia, eu tinha destino. E era tão desejado… a Pizzaria do Agunzo no bairro Vomero!  Não seria a primeira vez, mas seria a primeira vez só, e as coisas têm sempre um significado diferente, melhor ou pior. Dessa vez simplesmente não aconteceu… estava fechada. Pelos vistos o Agunzo encerra as suas velhas portas cheias de farpas ao Domingo!

Segui caminho, pensei porque não o funicular até MonteSanto para comer um outro tipo de pizza. E assim fiz. Mais uma vez tive a sensação de que tanto as pessoas que estavam comigo na carruagem descendente, como eu próprio, fazíamos mais do que uma viagem geograficamente insignificante. Era outro mundo, outros cheiros, outras cores, outros sons de gargalhadas. A vida glamorosa do topo do monte era para mim algo sintético, pois a vida que se sentia aqui quase nos deixa sem folgo. Na visita anterior o meu anfitrião sussurrou-me que as pessoas do topo do mundo, peço desculpa, do topo do morro não descem no funicular, já algumas cá do nível terreno por vez tomam o caminho ascendente. E eu lembro ter-lhe perguntado na altura, mas não vínhamos sozinhos na carruagem? A resposta foi sábia, os jovens ainda estão a viver a suas moratórias e pensa em ti… não és de cá.

Andando às voltas para me decidir qual o local para manjar uma Margaritta, passei por ruas e ruelas, e mesmo eu sem ter um aspecto totalmente díspar dos locais senti que olhos me percorriam ou pelos movimentos um pouco presos ou pelo cheiro não habitual, nunca deixei de passar a imagem de um total estranho.
Entrei numa das pizzarias do presidente, neste caso do filho, e por 5 euros comi uma pizza que por ser tão simples era fantástica.

É na simplicidade que me encontro, que me sinto bem, confortável… talvez por ser tão difícil encontrar a real simplicidade das coisas. O que é simples para nós? Algo simplesmente belo… 
Como tu…